sexta-feira, 30 de abril de 2010

Estudo genético em brasileiros negros


Uma recente pesquisa genética, encomendada pela BBC Brasil, analisou a ancestralidade de afro-brasileiros. A pesquisa contou com a participação de 120 brasileiros autodeclarados negros de São Paulo.
Para tal, foram analisados o cromossomo Y, herdado do pai, e o DNA mitocondrial, herdado da mãe. Ambos são passados de geração em geração e, por não se misturarem com outros materiais genéticos, permanecem intactos, salvo raras exceções de mutação. Analisando-os, pode-se encontrar a informação de que parte do mundo um ancestral relativamente próximo de uma pessoa veio.
Concluiu-se que, do lado paterno, metade (50%) dos negros brasileiros analisados têm um antepassado que veio da Europa, 48% que veio da África e 1,6% que eraindígena. Do lado materno, 85% têm uma antepassada africana, 12,5% índia e apenas 2,5% européia.
A explicação para uma maior ancestralidade européia no lado paterno de negros brasileiros e uma maior ancestralidade africana do lado materno se deve ao fato de que, por muito tempo na História do Brasil, havia mais homens brancos que mulheres brancas. Por esse fator, as relações inter-raciais entre homens europeus e mulheres africanas e indígenas era bastante comum.
Comparando-se aos negros americanos, os afro-brasileiros são largamente mais miscigenados: o mesmo estudo genético apontou que, majoritariamente, os negros americanos possuem 80% de sua ancestralidade africana subsaariana. Os outros 20% são, majoritariamente, oriunda de mistura com europeus e indígenas. Cerca de 40% dos afro-americanos também possuem alguma ancestralidadeindígena americana.

Afro-brasileiros

O termo afro-brasileiro designa tanto pessoas com ascendência da África subsaariana quanto a influência cultural trazida pelos africanos escravizados para o Brasil.

HISTÓRIA


O Brasil recebeu cerca de 37% de todos os escravos africanos que foram trazidos para a América. A quantidade total de africanos subsaarianos que chegaram no Brasil tem estimativas muito variadas: alguns citam mais de três milhões de pessoas, outros quatro milhões. O tráfico de negros da África começou por volta de 1550.

Durante o período colonial, os escravos de origem africana ou indígena eram a quase totalidade da mão-de-obra da economia do Brasil, utilizados principalmente na exploração de minas de ouro e na produção de açúcar.
Os homens eram a grande maioria dos escravos traficados, o que afetava o equilíbrio demográfico entre a população afro-brasileira. No período 1837-1840, os homens constituíam 73,7% e as mulheres apenas 26,3% da população escrava. Além disto, os donos de escravos não se preocupavam com a reprodução natural da escravaria, porque era mais barato comprar escravos recém trazidos pelo tráfico internacional do que gastar com a alimentação de crianças. Em relação à grande quantidade de africanos negros que aqui chegaram, a sociedade brasileira têm até poucos de seus genes considerando-se o desequilíbrio que havia entre a quantidade de homens e mulheres, além da maior mortalidade entre a população de escravos.
Embora tenha sido proibido por várias leis anteriores, o tráfico internacional de escravos para o Brasil só passou a ser combatido através da lei Eusébio de Queirós de 1850, depois da pressão política e militar da Inglaterra.
A escravidão foi diminuída no decorrer do século XIX com a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários, mas somente em 1888 foi definitivamente abolida através da Lei Áurea assinada pelaPrincesa Isabel. O Brasil foi a última nação ocidental a abolir a escravidão.
No final do século XIX e início do século XX, os afro-brasileiros mulatos tiveram uma importante partícipação na produção cultural das elites e na política. Nesta época, viveram escritores comoMachado de Assis e Lima Barreto, jornalistas como José do Patrocínio, filósofos como Tobias Barreto, políticos como o barão de Cotejipe, e o notável engenheiro André Rebouças que até tornou-se amigo íntimo da família imperial. No mesmo período, um mulato, Nilo Peçanha, assumiu a presidência da República, e dois outros, Hermenegildo de Barros e Pedro Lessa tornaram-se ministros do STF. Esta característica da sociedade brasileira, que não tem similar em qualquer outra da América, já vinha ocorrendo desde os tempos coloniais em que mulatos como o escultor Aleijadinho, o arquiteto mestre Valentim e o compositor sacro José Maurício Nunes Garcia reproduziam e inovavam as artes aprendidas com europeus.
A participação dos mulatos na vida intelectual e política brasileira diminuiu abruptamente nos meados do século XX enquanto começam a se destacar os descendentes de imigrantes europeus e sírio-libaneses recém-chegados. Por outro lado, simultaneamente, as formas de cultura popular afro-brasileiras começaram a ser aceitas pelas elites brasileiras e até celebradas como as genuinamente nacionais. As formas de música popular e danças afro-brasileiras tornaram-se então predominantes, destacando-se a fama internacional do sambamestre Bimba apresenta, em 1953, a capoeira ao presidente Getúlio Vargas que a chama de "único esporte verdadeiramente nacional"; as perseguições às religiões afro-brasileiras diminuem e a Umbanda carioca passa a ser seguida pela classe média-branca; escritores e compositores pertencentes à elite branca, como Jorge AmadoToquinho e Vinícius de Moraes 


 utilizam e celebram as formas musicais e religiões afro-brasileiras; o futebol, esporte inicialmente das elites brancas, passou a ter jogadores negros e mulatos idolatrados por todo país. Chegou-se assim no paradoxo da situação atual em que a cultura afro-brasileira ocupa uma posição de destaque no âmbito popular, mas a participação de afro-brasileiros é pequena na política, na literatura, nas ciências e na produção artística mais erudita das elites brasileiras.




quarta-feira, 28 de abril de 2010

Estudo genético em brancos brasileiros


O estudo genético mais expressivo já feito na população brasileira foi o realizado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Nele, foi analisado o DNA de 200 brasileiros que se autodeclararam brancos (que formam a maioria da população, 53%), de quatro regiões administrativas do país: NorteNordesteSul e Sudeste.
O estudo analisou o cromossomo sexual Y (presente apenas em homens), que é passado de geração em geração, de pai para filho. Também foi analisado o DNA mitocondrial, passado de mãe para filho ou filha. O cromossomo Y e o DNA mitocondrial fornecem informações complementares, permitindo traçar patrilinhagens e matrilinhagens que alcançam dezenas de gerações no passado, podendo assim reconstruir a história genética de um povo.

Ancestralidade indígena e negra em brasileiros brancos


Através desse mapeamento genético, chegou-se a conclusão que o brasileiro de cor branca é descendente quase que exclusivamente de europeus do lado paterno (98%). Já no lado materno, apresenta uma intensa miscigenação: 33% de linhagens ameríndias, 28% de africanas e 39% de européias. Isso é explicado historicamente: no início da colonização, os colonos portugueses não trouxeram suas mulheres, o que acarretou no relacionamento entre homens portugueses com mulheres indígenas e, mais tarde, com as africanas. Em outras palavras, a maior parte dos brancos do Brasil tem 98% de seus antepassados homens oriundos da Europa, enquanto 60% de suas antepassadas eram indígenas ou africanas.

Influência portuguesa no DNA brasileiro


Os portugueses formaram o maior grupo de imigrantes a desembarcar no Brasil e, por isso, o DNA de brasileiros brancos e de portugueses é extremamente semelhante. Características genéticas dos portugueses estão evidentes nos brasileiros: o haplótipo 21, encontrado no Norte da África é bastante presente em brasileiros (14%) e portugueses (12%), atingindo quase 25% no Algarve (extremo Sul de Portugal) e é oriundo dos invasores mouros provenientes do norte africano, que governaram Portugal por 450 anos. Outra característica portuguesa evidente nos brasileiros é o haplogrupo 9, trazido provavelmente por judeus portugueses que se estabeleceram no Brasil.

Influência dos imigrantes no DNA brasileiro


Os diversos grupos de imigrantes que se estabeleceram no Brasil a partir da segunda metade do século XIX também deixaram marcas no DNA brasileiro. No Sul do Brasil a ocorrência do haplogrupo 2 (19%), é maior que em Portugal (13%), esse fato se deve provavelmente à forte presença de alemães e italianos na região.

Conclusão


Já se esperava encontrar evidências genéticas de ancestralidade não-européia em brasileiros brancos, porém, não se esperava encontrar números tão altos. A ancestralidade da maioria dos brasileiros brancos remonta, na época colonial, quase exclusivamente a homens portugueses, mas, por outro lado, a números quase equivalentes de mulheres brancas, indígenas e negras. Outra surpresa foi encontrar mais ancestralidade indígena do que africana: isso permite afirmar que 45 milhões de brasileiros brancos carregam em sua carga genética DNA de antepassados indígenas e 28% têm ancestralidade africana.
Esse estudo genético, embora insuficiente, pois analisou apenas 200 amostras de DNA em um país de 188 milhões de pessoas, pode ser usado, principalmente, contra o racismo, afinal, um brasileiro, mesmo sendo branco, provavelmente leva em seu DNA os genes de antepassados indígenas e africanos.

Brasileiros brancos


Os brasileiros brancos formam 49,7% da população do Brasil, ou cerca de 93 milhões de pessoas, de acordo com o PNAD de 2006 (IBGE). Os brancos estão presentes em todo o território brasileiro, embora as principais concentrações são encontradas no Sul e partes do Sudeste do país. Os brasileiros brancos são todas as pessoas que são descendentes ou parcialmente descendentes de imigrantes europeus e de outros imigrantes brancos.
O Brasil tem a maior população branca do hemisfério sul e, a terceira maior do mundo, depois dos Estados Unidos e Rússia. As principais ascendências dos brasileiros brancos são de italianosportuguesesespanhóisalemães, incluindo austríacos, grupos eslavos e àrabes comolibaneses.

Composição étnica do Brasil

Brasil é um país racialmente diversificado e multirracial. Casamentos entre diferentes grupos étnicos foram e tem sido parte da história do país, sendo a maioria dos brasileiros descendentes de europeusameríndios e africanos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Composição_étnica_do_Brasil

segunda-feira, 26 de abril de 2010

IGREJA DE SÃO LOURENÇO DOS ÍNDIOS



Em 1627, a Capela de São Lourenço dos Índios registrou seu primeiro batismo, autorizado pelo Prelado Administrador do Rio de Janeiro, Mateus da Costa Aboim. Em 1769, foi construída uma nova capela mais sólida, de pedra e cal, substituindo a anterior, feita com paredes de taipa e coberta de palha como as ocas dos índios. Media 90 palmos de comprimento por 30 palmos de largura. Em seu adro, outrora cemitério dos índios, representou-se, em 1686, o "Auto de São Lourenço", de José de Anchieta, ensaiado pelo Padre Manuel de Couto. Foi, sem dúvida, a primeira manifestação teatral registrada no Brasil. Embora humilde e no alto de um morro, a Igreja de São Lourenço dos Índios foi elevada à categoria de matriz. A igreja foi totalmente restaurada em 2000/2001. Somente o piso de lajota de barro cozido está desgastado pelo passar dos fiéis de tantas gerações. O retábulo do altar-mor foi considerado por Lúcio Costa um padrão de arte jesuítica. Apesar das reformas sofridas, em virtude da fragilidade da construção e em função do tempo decorrido, a Igreja de São Lourenço dos Índios, hoje tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é a única relíquia no gênero, lembrando a sesmaria de Araribóia, o ventre, a matriz de onde surgiu Niterói. Em 1933, a igreja foi entregue pelo Bispado à Prefeitura e, em 1939, incorporado ao patrimônio Municipal como Monumento Histórico da Fundação de Niterói. Suas reformas maiores foram realizadas nos anos de 1840, 1869 e 1933 e 2000, todas respeitando, o quanto possível, as linhas arquitetônicas originais, entretanto, a última foi além de uma reforma, ela foi totalmente restaurada e a cidade recebeu como presente no seu aniversário de 428 anos (22 de novembro de 2001) esse belo exemplar da arquitetura jesuíta totalmente recuperado. Pairando sobre todas as controvérsias, a Igreja de São Lourenço dos Índios é a mais antiga igreja da Cidade de Niterói.

Local: Praça General Rondon, s/nº - Morro de São Lourenço 
Visitação: Marcar horário com Egídio 
Tel.: 8174.4384