Uma recente pesquisa genética, encomendada pela BBC Brasil, analisou a ancestralidade de afro-brasileiros. A pesquisa contou com a participação de 120 brasileiros autodeclarados negros de São Paulo.
Para tal, foram analisados o cromossomo Y, herdado do pai, e o DNA mitocondrial, herdado da mãe. Ambos são passados de geração em geração e, por não se misturarem com outros materiais genéticos, permanecem intactos, salvo raras exceções de mutação. Analisando-os, pode-se encontrar a informação de que parte do mundo um ancestral relativamente próximo de uma pessoa veio.
Concluiu-se que, do lado paterno, metade (50%) dos negros brasileiros analisados têm um antepassado que veio da Europa, 48% que veio da África e 1,6% que eraindígena. Do lado materno, 85% têm uma antepassada africana, 12,5% índia e apenas 2,5% européia.
A explicação para uma maior ancestralidade européia no lado paterno de negros brasileiros e uma maior ancestralidade africana do lado materno se deve ao fato de que, por muito tempo na História do Brasil, havia mais homens brancos que mulheres brancas. Por esse fator, as relações inter-raciais entre homens europeus e mulheres africanas e indígenas era bastante comum.
Comparando-se aos negros americanos, os afro-brasileiros são largamente mais miscigenados: o mesmo estudo genético apontou que, majoritariamente, os negros americanos possuem 80% de sua ancestralidade africana subsaariana. Os outros 20% são, majoritariamente, oriunda de mistura com europeus e indígenas. Cerca de 40% dos afro-americanos também possuem alguma ancestralidadeindígena americana.